Às vezes fico aqui a sonhar acordada. Fico a viajar por sítios longínquos, lugares, muitas vezes, pouco possível de alcançar. Fico aqui, com os pés bem assentes neste chão espesso e seco, e viajo. Fechos os olhos e voo. Voo tão longe e tão alto. Tão fácil e tão lindo. Vou contigo, nunca voo sozinha. Viajo na tua vida, nos teus amores, no teu passado e voo para fazer parte do teu futuro. E fico aqui, muitas vezes com as lágrimas a escorrerem-me pelas faces, enquanto vasculho o teu mundo. Não sei porque choro. Talvez por reconhecer que o teu mundo nunca será o meu. Talvez me doa saber que a minha lua não é a mesma que a tua, que nunca vamos viajar para o mesmo lugar, que as tuas coisas não sejam as minhas coisas. Talvez magoe mais ainda por saber, e eu sei, que não vamos ser do mesmo mundo.
Ainda assim, eu prefiro voar.
Prefiro conseguir imaginar todos os lugares que já visitas-te, a casa onde vives e toda a tua gente. Quero conseguir pensar em tudo o que és, o que foste e o que vês. Quero saber distinguir-nos e mesmo assim manter-nos juntos.
Quero imaginar o teu mundo no meu mundo ou, o meu mundo no teu mundo.
Talvez queira viajar para me sentir mais próxima de ti. Talvez voo por ti.

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